quarta-feira, 13 de abril de 2011

Indireto no assunto – José Nêumanne e mais uma lorota



Na sua “coluna” torta, com aquele “sotaque” que procura imitar o já asqueroso e apodrecido Paulo Francis, o comentarista do Jornal do SBT – que não tenho ideia de onde saiu antes de ali aparecer falando de tudo e sobretudo, mais uma vez nos coloca diante de sua insofismável opinião plena de sofismas...

Diz lá o Nêumanne que é um "oportunismo dos políticos" armar um plebiscito pelo desarmamento, depois que um maluco atacou uma escola. Ele foi mais adiante: afirmou que as armas dos bandidos – e também a do maluco – são todas ilegais, que os cidadãos que tem lá suas armas “legais” não matam assim.

Paremos por aqui, pois a mentira do José Nêumanne Pinóquio começou e terminou ali mesmo. Com direito a pernas curtas e rabo comprido, claro.

Primeiro, o maluco da escola do Rio usou duas armas. Uma, de calibre 32, e outra, de calibre 38. Comecemos pela arma menor.

Era um revólver que fora roubado em 1994; era uma arma devidamente legalizada, cujo dono era um dos supostos cidadãos que têm o direito a se armar para a suposta autodefesa que o suposto comentarista do SBT simplesmente se esqueceu de dizer...

O malandro comentarista – sabe Deus sob quais interesses – veio a público, numa rede pública de televisão (pois que é concessão pública ter uma rede de televisão) para, mentindo deslavadamente, enganar seus ouvintes.

Mas ele poderia ter falado mais sobre a outra arma. É, aquela de calibre maior, mais letal, a que efetivamente ceifou as vidas das crianças brasileiras (pois que havia uma baiana, junto aos cariocas) e vitimou-nos a todos em nossos corações na Escola Municipal Tasso da Silveira, no bairro carioca de Realengo...

Calibre 38, José Pinóquio, lembra? A que tinha sua numeração raspada. Como bom “comentarista”, ele deve saber para que os bandidos raspam as numerações das armas... Não, ele não é bom em comentar, então certamente não sabe – ou se sabe, resolveu omitir.

Os bandidos raspam os números individuais das armas para que elas não sejam identificadas. Para que ninguém, as encontrando, saiba de onde saíram. Via de regra, foram armas compradas legalmente – até mesmo pelas polícias – e por seus donos (ou portadores responsáveis) vendidas ao crime e, forjando um roubo – da própria arma – esquivam-se de seu destino...

Esta última é a que mais dói: é a prova de que teve uma origem “honesta”, mas que desde essa origem seu destino final era apenas um: matar, matar gente inocente.

Vamos a mais um plebiscito contra as armas. Para os que não se lembram do último em 2005, a indústria armamentista – a que lucra milhões com os tiros disparados diuturnamente pelos bandidos contra as vítimas brasileiras – custeou até mesmo uma matéria de capa na revista Vendid... digo Veja... Gastaram rios de dinheiro com belas propagandas, as melhores até então já feitas, para convencer o povo brasileiro de que as armas são coisas “legais” – como disse um dia um comentarista de araque...

Mas, a realidade cruel que assistimos das mortes e mutilações, cada vez mais brutais alimentadas pelo crack e seus zumbis sem alma, é que o lucro miliardário das fábricas de armas e de munições se faz, sim, sobre as vidas perdidas de brasileiros honestos – os mesmos que estes falaciosos comentários querem fazer acreditar tenham o “direito de defesa”.

O cidadão não deveria precisar se defender. Para isto, tem-se a polícia. Ou os seguranças privados, treinados (deveriam sê-lo, claro) para nossa proteção.

Claro que esta minha fala é ofensiva ao Nêumanne: mas ele veio a público mentir, como eu disse – e mentir com algo que está custando muito, muito caro ao povo brasileiro – que ainda acredita em mentiras como as dele.

Se, ao contrário do que querem esses defensores da morte, houver um plebiscito, tenho a esperança de que o povo possa desmascarar de vez esses pinóquios e seus enganosos argumentos. E comecemos a, pela primeira vez, de fato agir concretamente em defesa da vida, de um país em que o crime seja de fato combatido, e os interesses econômicos se dobrem aos valores maiores – a vida em primeiro lugar – de uma vez por todas.

Ainda haverá crimes; as fábricas de armas ganharão menos, mas ainda faturarão muito além do que merecem; os comentaristas de araque continuarão a receber jabás de outros interesses escusos para mentir. Não haverá muita melhoria, nisto. Mas uma coisa, ao menos, é certa: haverá muito menos armas “legais roubadas”, muito menos pistolas de “numeração raspada”, e malucos terão muito, mas muito mesmo, mais dificuldades de consegui-las para entrar numa escola e matar nossas crianças.

Brasil sem armas: este não é apenas um sonho – podemos torná-lo realidade. Apesar dos Pinóquios.

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