quinta-feira, 28 de julho de 2011

Caetité se enche de livros



No mês de julho de 2011 encerramos um semestre sui generis em nossa história; nada menos que quatro livros nos chegaram, falando da terra ou de sua gente, de memórias e biografias...

Inicialmente tivemos o livro autobiográfico do professor Waldir Silvão, filho do também professor Alfredo, nome que transformou a história caetiteense, ele que dirigiu a Escola Normal e foi nosso prefeito nos idos de 1946... A obra, um belo volume, mostra o cuidado que Silvão teve ao longo da vida em manter sua trajetória no magistério devidamente registrada e não só: relata as amizades e manifestações de apreço, como as poesias da caetiteense Aída Ladeia, e de alunos e colegas que semeou ao longo de sua carreira em diversas cidades da Bahia.

Na Sessão Ordinária da Academia Caetiteense do mês de maio de 2011 a obra foi então apresentada e um fato curioso se deu: estavam ali dois de seus ex-alunos: a professora Sônia Silveira, que com ele estudou em Caetité, no Instituto de Educação Anísio Teixeira e Benedicto Antônio dos Santos, seu ex-aluno em Santo Amaro da Purificação... Ambos confirmavam, nos relatos, a severidade e seriedade do antigo mestre, cuja saudade era então amenizada pelo imorredouro registro em um livro...

Dia 14 de julho foi a nossa vez de trazer o livro Anísio para Caetité. Deste já tivemos ocasião de falar disto, pois era mesmo nosso papel não deixar diminuir, na terra natal, o conhecimento sobre o grande educador; ali registramos suas passagens biográficas em Caetité, e tudo aquilo que fez pela cidade. Anísio não precisava, de fato, que alguém tão ínfimo dele cuidasse – mas muitos têm agora uma obra básica a nortear futuras pesquisas e aprofundamentos. Porque nenhum lugar melhor para se retratar o imortal educador, senão num livro...

Finalmente, em 23 de julho, dois novos volumes foram aqui lançados: a biografia política do caetiteense Paulo Jackson, e o registro dos “causos” engraçados da cidade, sob a batuta do Etinho...

No primeiro livro, lançado na Casa Anísio Teixeira, o leitor terá conhecimento do trabalho e carreira política de Paulo Jackson, na pena da Joandina Carvalho. Paulo, com quem tivemos ocasião de partilhar várias lutas, foi mesmo uma figura ímpar – e cuja morte prematura fez com que nossa história citadina se diminuísse de forma bastante drástica... Um escrito sobre ele é, portanto, só um pequeno passo para ilustrar o quanto viveu, pois foi de fato uma vida que merece a imortalidade que dão os livros...

O segundo livro lançado naquela memorável noite – Pérolas do Humor Caetiteense – do Etevaldo Nônico, reuniu uma Caetité que somente aqueles que a vivem de fato conhecem e, por que não, reconhecem: a dos “causos”; nossas mais significativas figuras saem do anonimato e ganham a perenidade, agora jamais serão esquecidas e, por isso, é motivo de orgulho termos podido colaborar minimamente com o Etinho...

Ali, o Américo Oliveira, que foi peça chave na concretização da obra, frisou o imenso orgulho de ser natural de uma cidade que, como poucas, assistia a tanta produção literária – e resumiu o sentimento de todos. Falamos em nome da Academia, então, frisando que já estava na hora de Etinho vir a compor nossos quadros acadêmicos... É uma ideia, apenas, mas também uma esperança de que este tenha sido o primeiro de outros tantos volumes que, com certeza, nossa cidade permite sejam produzidos, com sua cultura tão rica e, agora, parte dela gravada para sempre nas páginas de mais um livro...

Estes foram os quatro livros que surgiram, em menos de meio ano. E já se promete para setembro mais um, desta feita pelo Giovanni Silveira. Pois é... Caetité realmente assiste a um momento ímpar! Perdemos o medo dos livros? Esperamos que sim... Ainda estamos longe dos tempos em que a cidade respirava cultura, ainda vemos jovens sem nada na cabeça a iludir-se com músicas nas alturas, exibindo suas baixezas... Ainda temos muito a trilhar para que isto de fato venha a ser realidade cotidiana, em que o caetiteense sem leitura se envergonhe de sê-lo! Mas, numa coisa todos podemos nos orgulhar: temos aquilo que faz um povo como o nosso ser, de fato, diferente, único: temos livros!

Caetité, julho de 2011.