sexta-feira, 17 de abril de 2009

Moinhos de vento


Há tempos, brincando, dizia que para ser um Don Quixote faltavam-me moinhos de vento. Então inventaram de fazer moinhos de energia eólica em Caetité - algo ainda não concretizado, apesar da propaganda...

Quando (e se) os moinhos chegarem, sentir-me-ei um verdadeiro Cavaleiro de la Mancha! Estarei empunhando minha lança e lançar-me-ei contra os moinhos - em verdade a gigantesca massa que chamo ignorância.

E, claro, quebrarei a cara. Sempre quebramos a cara, quando aliamos a prática ao discurso, e vice-versa. Acho que por isto sou tão "querido" em alguns lugares.

Claro que não sou idiota para frequentar onde não me queiram - mas tampouco sou hipócrita para fingir gostar dos que alimentam tais gigantes que sonho combater.

Outra noite, por exemplo, saí em busca dum espetinho de gato, desses vendidos nas ruas, para dar aos meus cães (não, eles não fizeram nada especial para merecer tal regalia, estavam apenas com fome) e me encontrei com alguém desses...

Tivera eu uma visão melhor, sobremodo à noite, teria seguido adiante - mas já eu estacinava, quando notei tal presença...

Odeio "invadir" o espaço alheio... Acho que me basto para ter de partilhar-me com quem não gosta de mim. Prefiro, sempre, sair, ou simplesmente nem ir - quando sei previamente. Mas não era o caso.

Porque algo ao menos já aprendi. Não dá, mesmo quixotescamente, para falar ou fazer nada quando alguém já se fechou para qualquer recepção emanada de outrem. Restar-nos-á recolher a lança ponteaguda, mesmo que com sofrimento, e não alimentar sequer a esperança de que as ilusões de um mundo melhor não são para todos...

E, nestas horas, lembrar que há Sancho Pança.

E, humilde e cobardemente, dar espaço para a ignorância.

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